Colegas de sofrimento,
Durante alguns meses, o colega ALEX-RJ vem defendendo uma tese no blog do ZÉ FOGAREIRO, que veicula no G-1 da Globo, que, ao seu sentir, muito contribui para o ex-Glorioso ser visto tanto pelos adversários – clubes e torcedores –, quanto pela mídia (escrita, falada etc.), como uma associação desportiva desrespeitada, que não merece maiores destaques no meio futebolístico: a omissão da torcida em comparecer aos Estádios.
Preocupado com esse estado de letargia, ele, o nosso bom, inteligente e polêmico colega ALEX-RJ, içou bandeira para que, de uma vez por todas, a torcida (especialmente a que mora na cidade do Rio de Janeiro) passe a adotar como exemplo os clamores do ZÉ FOGAREIRO e, fazendo uso de outras palavras que não as do ZÉ, “levante a bunda do sofá” para prestigiar o time.
Inicialmente adjetivando os assinantes de TV por assinatura (Net, Sky e outras) de membros da torcida “SOFÁ-FOGO” – fato que desagradou a gregos e troianos – mais tarde, tratou logo de mudar a sua linha de raciocínio: Embora com os mesmos propósitos, mas fazendo ressalvas para eximir dos tons críticos apenas os que moram fora da cidade do Rio de Janeiro –, o arguto ALEX, parafraseando o “Quero meu Botafogo de Volta!” criou uma espécie de movimento novo naquele blog: o “QUERO MINHA TORCIDA DE VOLTA”.
O slogan cresceu rapidamente e conquistou adeptos. E inimigos, também. Acho tudo isso muito engraçado, além de democrática e salutar as manifestações temáticas ali postas por essa e aquela corrente filosófica (ou seria “ideológica”?).
Em virtude de residir a mais de mil quilômetros de distância da Cidade Maravilhosa, folgo em saber que o nosso valoroso companheiro veio a público para “perdoar-me” pelos fracassos do Fahel, do Wellington, do Leandro Guerreiro, do Lúcio Flávio & Cia. e pelas chacotas por ele apontadas.
Assim, isentado pelo ALEX e do conforto da minha tribuna caseira (o sofá), durante meses a fio, acompanhei os debates travados pelos que apóiam e pelos que desaprovam a teoria alexiana carioca. Essa é, sem dúvida, uma das poucas vantagens que tem o botafoguense excluído da ira do autor do Movimento “QUERO MINHA TORCIDA DE VOLTA”: não ser considerado “culpado” pelos fracassos do arremedo de time, nem pela (DES)administração dessa que é a pior Diretoria do ex-Glorioso, nas últimas duas décadas!
Jamais pretendi “dar pitaco” nessa guerra de paixões que está assolando o blog (gosto mesmo é de apontar os erros – e haja erros! – praticados por quem DESadministra meu BOTAFOGO, ao invés de voltar os raios das minhas palavras a quem ama o clube).
Mas, hoje, exatamente neste vinte e cinco de março do ano dois mil e dez, do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, ao deparar-me com a notícia de que “operadora de TV por assinatura terá marca estampada nos ombros e na parte de baixo das costas da camisa e nos calções dos uniformes do Flamengo” e que, em razão disso, pagará ao clube de Basquete rubro-negro a módica, irrisória quantia de R$ 500 mil reais, mensais, além de uma merreca de R$ 150 mil, a título de bônus, caso o time que joga com as mãos ganhe o título (que título? Tanto faz... ), não resisti à tentação! Resultado: Eis, aqui, este chato a encher a paciência do leitor, pra emitir opinião sobre o assunto.
Note, portanto, o leitor, a abissal diferença que existe em sede de MARCAS, entre o que ocorre no Flamengo e o que sucede no BOTAFOGO:
“É mais um passo importante que estamos dando para a valorização da marca do Flamengo. Esta nova parceria fortalece ainda mais o nosso basquete, que tem nos dado tantas alegrias. São de investidores como esse, que acreditam no potencial do esporte olímpico, que precisamos para mantermos grandes equipes já pensando nos Jogos Olímpicos” - disse a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, na manchete estampada na página de Esportes do G-1.
Quanto ao BOTAFOGO, o assunto pode ser resumido através da análise do companheiro Carlos Vilarinho. Confira:
“O Botafogo acaba de concluir uma negociação para ter patrocínio durante a temporada de 2010. Ficou apenas com a garantia de dispor de receita para este campeonato Carioca, tendo discutido na condição de finalista e vencedor da Taça Guanabara. O problema é que a equipe foi campeã contra a maioria dos prognósticos, inclusive da própria torcida alvinegra. Perdeu ótima oportunidade de assegurar uma temporada tranquila financeiramente. Perdeu mais uma oportunidade. Desta negociação, assim como em todo o processo empreendedor, o clube deve tirar as suas lições, a fim de evitar a repetição de erros e se fortalecer nas etapas seguintes. A primeira das lições é que futebol é coisa muito séria pra servir de temas de entrevista ou de fortalecimento da imagem pessoal. Futebol é negócio e depende cada vez mais de planejamento, seriedade, competência e o silêncio é um desses componentes quando se negocia algo de tão grande importância.
Uma segunda lição seria ter um porta-voz que pudesse se relacionar com a mídia e com o mundo dos negócios, de forma a não trazer tantos prejuízos para a imagem do clube e seus interesses. Muita gente no Botafogo fala na hora errada e sobre o que não sabe.
Mas a lição de maior importância é a que corresponde à soma de todas as situações necessárias ao fortalecimento do clube e que corresponde ao aprofundamento do processo de profissionalismo.
Sem investir neste rumo, com pessoas cada vez mais preparadas, independentemente de onde tenham atuado, o Botafogo brigará por um pedaço progressivamente menor do mercado do futebol e não saberá aproveitar as oportunidades, cada vez mais raras - de sair da condição de aspirante.
A cada ano o Botafogo surge divulgando a mensagem de "agora vai", mas tropeça nas palavras e na execução de seus planos.”
Como se vê, a atual (DES)administração é tão ruim, mas tão inoperante, tão incompetente, que além de não servir para montar um time capaz de motivar os torcedores a comparecer aos Estádios, com a sua língua grande e má gerência administrativa, ainda se presta a botar lenha numa fogueira de uma discussão deletéria, qual seja a de levar os torcedores de outras praças (como é o meu caso) a, além de não comparecer às praças de futebol, também sentirem-se “culpados” por gostarem do BOTAFOGO e, morando longe e querendo ver o seu time ruim jogar, comprarem pacotes da TV por assinatura, SKY!
Santo Deus! Durma-se com um barulho desses!
Se, por um lado não faltam razões para os que defendem a sua tese, no sentido de que a torcida carioca é omissa (talvez espelhada no fato de o clube ser dirigido por um Presidente de igual adjetivação), de outra banda, o que antes já era maléfico para os cofres das depauperadas finanças do clube, agora, ante o patrocínio firmado pela SKY ao clube do KPT, com o suado dinheirinho dos assinantes botafoguenses, a coisa tende a ficar pior – pois não duvido muito que, daqui a alguns dias, não serão poucas as mensagens que serão postadas no nosso espaço de discussões democráticas fazendo apelo para que os botafoguenses cancelem suas assinaturas perante a SKY...
E porque não comungo das mesmas intenções da dupla Walid-Aion, que, pretendendo matar a atual (DES)administração do clube “por inanição financeira” – daí o movimento lançado naquele blog, sob a forma de tirinhas, “BOICOTE O OMISSÃO” – se a “onda” de cancelamento de assinaturas da SKY pegar, sob o pretexto de que “assinando SKY o botafoguense ajuda, indiretamente, o Flamengo”, sou obrigado a dizer que, mesmo contrariado, só haverá um meio capaz de nós todos, indistintamente, ajudarmos o BOTAFOGO a sobreviver, pelo menos até o dia em que estivermos LIVRES DO OMISSÃO e da Turma de empresários que o acompanha: vestirmos a camisa do malfeito e desplanejado sócio-torcedor, o “SOU BOTAFOGO”.
É o que farei.
Finalizando, fica, aqui, um conselho aos leitores: “Antes pingar, do que secar”.
Assinemos, pois, esse arremedo de Projeto “SOU BOTAFOGO” – mesmo porque, além de sermos, de fato, botafoguenses, quando a torcida de todo o Brasil tiver o seu BOTAFOGO DE VOLTA, fatalmente, corrigirá as anomalias ali insertas, dentre as quais o impedimento de o sócio-torcedor poder votar pra presidente do Fogão!
Palmas para o ALEX-RJ, portanto.
Grande abraço a todos e não se esqueçam: TEREMOS O NOSSO BOTAFOGO DE VOLTA.
Nicanor Sena (Goiânia