sábado, 17 de outubro de 2009

A CAMISA 7 É DO JOBSON!

Esse “lenga-lenga” e essa ladainha que incitam violência entre a torcida do time mais bonito, da camisa mais bonita e do escudo mais bonito do mundo com a do time que enche estádios, mas não leva um sequer centavo das bilheterias do Maracanã (como provou o último borderô do Fla-Flu), motivado pelo fato de que o mesmo, além de ser caloteiro em encargos sociais (= não paga sequer os salários dos seus atletas – como bem o disse o Vampeta em certa ocasião, muito menos ao INSS e ao FGTS), NÃO me interessa.

Também não me interessa ficar aqui a lamentar a (des)administração da atual Diretoria, que, como todos sabem, está entregando o patrimônio do nosso ex-Glorioso BOTAFOGO nas mãos de empresários de intenções duvidosas – como prova a recente “entrega” dos nossos atletas sub-20 a um tal fundo (do poço?), conforme noticiado aqui mesmo no G-1.

Assim, porque queiramos ou não, a Diretoria que temos hoje (mas por enquanto) é a que aí está, e porque, plagiando as palavras do saudoso poeta Mário Quintana, “aqueles que atravancam o caminho do BOTAFOGO passarão, e o BOTAFOGO passarinho”, quero sugerir (embora saiba que “eles” não me ouvirão; são teimosos demais e insensíveis ao extremo para ouvir qualquer sugestão de torcedor) ao Sr. Maurício Assumpção: DÊ A CAMISA 7 A QUEM SABE HONRAR A SUA MÍSTICA – o JOBSON.

E digo isso, Sr. Presidente, porque quando você anunciou o atacante Reinaldo, disse que “o novo reforço vestiria a camisa mais importante da história do clube: a 7” – lembra-se?

Se não lembra, não custa recordar que, para nós botafoguenses, realmente, não há honra maior dentro do BOTAFOGO do que ver um craque (coisa que o Reinaldo não é, nunca foi e jamais será) usar a camisa que foi de nossos grandes ídolos.

A camisa 7 do BOTAFOGO, Sr. Presidente, já vestiu tantos craques que, no nosso inconsciente coletivo ganhou o status de imortal com a benção do maior craque de todos os tempos, Garrincha. Sob a áurea do sagrado e imortal Mané, nosso BOTAFOGO construiu a sua história e a do futebol brasileiro e mundial também. Chamado de “Anjo das Pernas Tortas”, Garrincha atuou pelo então Glorioso time da estrela solitária, na década de 60 e deu muitas alegrias para a nosso imensa torcida.

Só para lembrar ao Sr. (e à cambada de gordos que desadministram nosso clube) não é demais dizer que, dentre tantas, uma das nossas maiores glórias, destaca-se aquela de quando o Garrincha marcou duas vezes na final do Campeonato Carioca de 1962 e o Botafogo levou o caneco pra General Severiano, em cima do nosso mais odiado rival, o Flamengo (que o Sr. tanto ama, ao que tudo está a indicar). Com a mística da nossa camisa 7, o Mané (nosso mais que “anjo” – um Deus mesmo) no total, jogou 579 vezes pelo BOTAFOGO, marcando 249 gols.

E porque o nobre dentista, na época, com certeza, sequer tinha dentição adulta na boca, também não custa lembrar que, antes de Garrincha, um outro grande craque já vestira a nosso MANTO SAGRADO N° 7: o atacante Paraguaio. Em 1948, ele, “cracasso” (que não era chinelinho como o Reinaldo, que só adentra o gramado para “urubuservar” os demais atletas dando o sangue pelo time), era o dono da mais famosa camisa alvinegra. Foi com ele, Paraguaio, que o BOTAFOGO venceu o Campeonato Carioca daquele ano, em cima do badalado “expresso da vitória” – o Vasco.

Já para os colegas que postam mensagens neste blog apenas para repetir o que já está cansado de ser repetido, também não custa lembrar que na década de 70, o BOTAFOGO viveu uma grande safra de camisas 7. Primeiro, com um de nossos maiores ídolos, Jairzinho o “furacão da Copa de 1970”. Honrando nossa 7, Jairzinho marcou 189 gols pelo BOTAFOGO. Como esquecer do Rogério, sucessor do Jairzinho? Como deixar de lembrar dos dribles e dos cruzamentos perfeitos do Zequinha, que colocava o Roberto e o Ferreti (nosso Espanador da Lua) na cara do gol?

Sr. Presidente, tome intento! Como deixar de dizer que “depois de um longo e tenebroso inverno”, em que o BOTAFOGO passou alguns anos sem um grande ídolo para vestí-la, a nosso mística camisa 7 foi crucial em um dos maiores títulos da história do Glorioso! O grande escolhido para usar o famoso manto e acabar com o jejum de títulos foi Maurício, com um gol em cima do mesmo e tantas vezes odiado Flamengo. Mais uma vez, em 1989, a camisa 7 fazia a diferença!

Será que o Presidente esqueceu que, decorridos seis anos da gloriosa conquista de um campeonato carioca, nossa camisa 7 teve seu brilho reluzente mais uma vez na história do futebol brasileiro, com o grande artilheiro Túlio Maravilha a vestindo? Como, diga-me, Sr. Presidente, esquecer que o BOTAFOGO foi Campeão Brasileiro de 1995, com o Túlio Maravilha sagrando-se artilheiro da competição, com 23 gols, usando o Manto Sagrado de nº 7?

No último título do BOTAFOGO, em 2006, quem a vestiu? Lucio Flavio - na época a grande contratação da equipe e um dos principais jogadores na campanha vitoriosa e que deu ao clube nosso último título Carioca.

Senhor Presidente: Se você tem um mínimo de sensibilidade e de perspicácia (mesmo sabendo que “não morro de amores pelo modelo de gestão que tens implantado no nosso BOTAFOGO), não custa nada dar o braço a torcer; dar a mão à palmatória! Admita, antes que seja tarde, que a tua tentativa de criar mitos falhou. Admita que, por mais que tenha sido boa a intenção, não deu certo a idéia de entregar a nossa MÍSTICA CAMISA 7 ao Reinaldo para vesti-la! É que ele, o flamenguista Reinaldo, não sabe honrá-la. E se tem futebol para desempenhar tarefa mais do que sacrosssanta, seu passado rubro-negro impede-o de fazê-lo.

Admita, Sr. Presidente, que, no atual elenco, a única contratação que você fez acertadamente, capaz de merecer a honraria de ostentar uma camisa que já jorrou o suor de tantos craques é o JOBSON – esse menino endemoniado que, pelo que vi, pessoalmente, no Estádio Serra Dourada, enloqueceu todo o time do Goiás; o mesmo JOBSON que “fez chover” e levou ao delírio a torcida que compareceu ao jogo BOTAFOGO 3 X 1 Atlético Mineiro, no Engenhão (onde me encontrava); o mesmo JOBSON, que fez-me pegar um avião para poder dizer que “agora já posso morrer em paz” porque revivi o Garrincha, quando ele, em dois dribles (uma chaleira dada na linha de fundo, pela esquerda, que quase redundou em gol contra, e num outro drible, com ginga de corpo, que tirou, de uma só vez, 4 atletas da jogada, na meia lua..., contra o Avaí).

O JOBSON, Sr. Presidente, em apenas três jogos, apresentou UM FUTEBOL DIGNO DA NOSSA CAMISA 7 e mostrou a personalidade necessária para ser mais um legítimo detentor desse manto tão endeusado pelos botafoguenses! Afinal, futebol o JOBSON possui, de sobra e pra dar e vender.

Penso que é chegada a hora de o BOTAFOGO mostrar ao mundo que, realmente, é o único time que possui uma camisa mistificada, endeusada, capaz de levar ao delírio até mesmo a torcida adversária. Basta que os que dirigem o clube determinem ao treinador: “A CAMISA 7 É DO JOBSON.”


Nicanor Sena (Goiânia)

Um comentário:

  1. Oi Nicanor! Muito obrigada pelo texto que nos enviou! Fiquei emocionada ao pensar nos tantos ídolos do nosso Glorioso que você tão bem relembrou. Concordo com você em muitas coisas! De fato a nossa magnífica Camisa 7 não tem um representante à altura! Aliás, não só a 7, como tantas outras...
    Também venho gostando do futebol do Jóbson, que caiu como uma luva ali na ponta direita. Mas minhas experiências recentes têm me feito ficar mais na defensiva quanto a esses "craques relâmpago". Ele ainda precisa fazer muita coisa para conseguir a minha admiração. E torço de verdade para que ele o faça!
    Parabéns pelo texto! E sinta-se à vontade para usá-lo sempre que quiser expressar a sua opinião, afinal esse espaço é de toda a apaixonada torcida botafoguense!

    Saudações Alvinegras!

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