quinta-feira, 1 de abril de 2010

A TESE DO ALEX-RJ, A SKY E O “SOU BOTAFOGO”

Colegas de sofrimento,


Durante alguns meses, o colega ALEX-RJ vem defendendo uma tese no blog do ZÉ FOGAREIRO, que veicula no G-1 da Globo, que, ao seu sentir, muito contribui para o ex-Glorioso ser visto tanto pelos adversários – clubes e torcedores –, quanto pela mídia (escrita, falada etc.), como uma associação desportiva desrespeitada, que não merece maiores destaques no meio futebolístico: a omissão da torcida em comparecer aos Estádios.

Preocupado com esse estado de letargia, ele, o nosso bom, inteligente e polêmico colega ALEX-RJ, içou bandeira para que, de uma vez por todas, a torcida (especialmente a que mora na cidade do Rio de Janeiro) passe a adotar como exemplo os clamores do ZÉ FOGAREIRO e, fazendo uso de outras palavras que não as do ZÉ, “levante a bunda do sofá” para prestigiar o time.

Inicialmente adjetivando os assinantes de TV por assinatura (Net, Sky e outras) de membros da torcida “SOFÁ-FOGO” – fato que desagradou a gregos e troianos – mais tarde, tratou logo de mudar a sua linha de raciocínio: Embora com os mesmos propósitos, mas fazendo ressalvas para eximir dos tons críticos apenas os que moram fora da cidade do Rio de Janeiro –, o arguto ALEX, parafraseando o “Quero meu Botafogo de Volta!” criou uma espécie de movimento novo naquele blog: o “QUERO MINHA TORCIDA DE VOLTA”.

O slogan cresceu rapidamente e conquistou adeptos. E inimigos, também. Acho tudo isso muito engraçado, além de democrática e salutar as manifestações temáticas ali postas por essa e aquela corrente filosófica (ou seria “ideológica”?).

Em virtude de residir a mais de mil quilômetros de distância da Cidade Maravilhosa, folgo em saber que o nosso valoroso companheiro veio a público para “perdoar-me” pelos fracassos do Fahel, do Wellington, do Leandro Guerreiro, do Lúcio Flávio & Cia. e pelas chacotas por ele apontadas.

Assim, isentado pelo ALEX e do conforto da minha tribuna caseira (o sofá), durante meses a fio, acompanhei os debates travados pelos que apóiam e pelos que desaprovam a teoria alexiana carioca. Essa é, sem dúvida, uma das poucas vantagens que tem o botafoguense excluído da ira do autor do Movimento “QUERO MINHA TORCIDA DE VOLTA”: não ser considerado “culpado” pelos fracassos do arremedo de time, nem pela (DES)administração dessa que é a pior Diretoria do ex-Glorioso, nas últimas duas décadas!

Jamais pretendi “dar pitaco” nessa guerra de paixões que está assolando o blog (gosto mesmo é de apontar os erros – e haja erros! – praticados por quem DESadministra meu BOTAFOGO, ao invés de voltar os raios das minhas palavras a quem ama o clube).

Mas, hoje, exatamente neste vinte e cinco de março do ano dois mil e dez, do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, ao deparar-me com a notícia de que “operadora de TV por assinatura terá marca estampada nos ombros e na parte de baixo das costas da camisa e nos calções dos uniformes do Flamengo” e que, em razão disso, pagará ao clube de Basquete rubro-negro a módica, irrisória quantia de R$ 500 mil reais, mensais, além de uma merreca de R$ 150 mil, a título de bônus, caso o time que joga com as mãos ganhe o título (que título? Tanto faz... ), não resisti à tentação! Resultado: Eis, aqui, este chato a encher a paciência do leitor, pra emitir opinião sobre o assunto.

Note, portanto, o leitor, a abissal diferença que existe em sede de MARCAS, entre o que ocorre no Flamengo e o que sucede no BOTAFOGO:
“É mais um passo importante que estamos dando para a valorização da marca do Flamengo. Esta nova parceria fortalece ainda mais o nosso basquete, que tem nos dado tantas alegrias. São de investidores como esse, que acreditam no potencial do esporte olímpico, que precisamos para mantermos grandes equipes já pensando nos Jogos Olímpicos” - disse a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, na manchete estampada na página de Esportes do G-1.

Quanto ao BOTAFOGO, o assunto pode ser resumido através da análise do companheiro Carlos Vilarinho. Confira:

“O Botafogo acaba de concluir uma negociação para ter patrocínio durante a temporada de 2010. Ficou apenas com a garantia de dispor de receita para este campeonato Carioca, tendo discutido na condição de finalista e vencedor da Taça Guanabara. O problema é que a equipe foi campeã contra a maioria dos prognósticos, inclusive da própria torcida alvinegra. Perdeu ótima oportunidade de assegurar uma temporada tranquila financeiramente. Perdeu mais uma oportunidade. Desta negociação, assim como em todo o processo empreendedor, o clube deve tirar as suas lições, a fim de evitar a repetição de erros e se fortalecer nas etapas seguintes. A primeira das lições é que futebol é coisa muito séria pra servir de temas de entrevista ou de fortalecimento da imagem pessoal. Futebol é negócio e depende cada vez mais de planejamento, seriedade, competência e o silêncio é um desses componentes quando se negocia algo de tão grande importância.


Uma segunda lição seria ter um porta-voz que pudesse se relacionar com a mídia e com o mundo dos negócios, de forma a não trazer tantos prejuízos para a imagem do clube e seus interesses. Muita gente no Botafogo fala na hora errada e sobre o que não sabe.


Mas a lição de maior importância é a que corresponde à soma de todas as situações necessárias ao fortalecimento do clube e que corresponde ao aprofundamento do processo de profissionalismo.


Sem investir neste rumo, com pessoas cada vez mais preparadas, independentemente de onde tenham atuado, o Botafogo brigará por um pedaço progressivamente menor do mercado do futebol e não saberá aproveitar as oportunidades, cada vez mais raras - de sair da condição de aspirante.


A cada ano o Botafogo surge divulgando a mensagem de "agora vai", mas tropeça nas palavras e na execução de seus planos.”


Como se vê, a atual (DES)administração é tão ruim, mas tão inoperante, tão incompetente, que além de não servir para montar um time capaz de motivar os torcedores a comparecer aos Estádios, com a sua língua grande e má gerência administrativa, ainda se presta a botar lenha numa fogueira de uma discussão deletéria, qual seja a de levar os torcedores de outras praças (como é o meu caso) a, além de não comparecer às praças de futebol, também sentirem-se “culpados” por gostarem do BOTAFOGO e, morando longe e querendo ver o seu time ruim jogar, comprarem pacotes da TV por assinatura, SKY!


Santo Deus! Durma-se com um barulho desses!


Se, por um lado não faltam razões para os que defendem a sua tese, no sentido de que a torcida carioca é omissa (talvez espelhada no fato de o clube ser dirigido por um Presidente de igual adjetivação), de outra banda, o que antes já era maléfico para os cofres das depauperadas finanças do clube, agora, ante o patrocínio firmado pela SKY ao clube do KPT, com o suado dinheirinho dos assinantes botafoguenses, a coisa tende a ficar pior – pois não duvido muito que, daqui a alguns dias, não serão poucas as mensagens que serão postadas no nosso espaço de discussões democráticas fazendo apelo para que os botafoguenses cancelem suas assinaturas perante a SKY...

E porque não comungo das mesmas intenções da dupla Walid-Aion, que, pretendendo matar a atual (DES)administração do clube “por inanição financeira” – daí o movimento lançado naquele blog, sob a forma de tirinhas, “BOICOTE O OMISSÃO” – se a “onda” de cancelamento de assinaturas da SKY pegar, sob o pretexto de que “assinando SKY o botafoguense ajuda, indiretamente, o Flamengo”, sou obrigado a dizer que, mesmo contrariado, só haverá um meio capaz de nós todos, indistintamente, ajudarmos o BOTAFOGO a sobreviver, pelo menos até o dia em que estivermos LIVRES DO OMISSÃO e da Turma de empresários que o acompanha: vestirmos a camisa do malfeito e desplanejado sócio-torcedor, o “SOU BOTAFOGO”.

É o que farei.


Finalizando, fica, aqui, um conselho aos leitores: “Antes pingar, do que secar”.
Assinemos, pois, esse arremedo de Projeto “SOU BOTAFOGO” – mesmo porque, além de sermos, de fato, botafoguenses, quando a torcida de todo o Brasil tiver o seu BOTAFOGO DE VOLTA, fatalmente, corrigirá as anomalias ali insertas, dentre as quais o impedimento de o sócio-torcedor poder votar pra presidente do Fogão!
Palmas para o ALEX-RJ, portanto.
Grande abraço a todos e não se esqueçam: TEREMOS O NOSSO BOTAFOGO DE VOLTA.



Nicanor Sena (Goiânia

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Botafogo Campeão da Taça Guanabara

Fala geraldinos!

A pedidos do amigo Beto, encaminho parte de um email resposta a ele ao blog da geral!

Pois é, vejam o que são as coisas. Eu estive no Engenhão justo naquele fatídico 6 a 0, e se não dou razão, compreendo perfeitamente a atitude do agora famoso advogado 'queima camisa'. Foi demais da conta. Resisti ao primeiro tempo, mas logo no quarto gol saí do estádio, como praticamente todos os de maior sensatez. Mas deu no mesmo, tive que esperar o trem das 10h, ou seja, o fim do jogo, naquela estação lotada de botafoguenses incrédulos. Enfim, disso não falo mais.

Mas não foi exatamente esta derrota que nos salvou? Infelizmente, em clubes como o BFR, sempre administrado com amadorismo travestido de paixão (seja com Bebetos ou Maurícios da vida), necessitam deste tipo de situação pra tomar medidas duras e necessárias.

E não é que o Joel fez mágica? Sinceramente, não vejo outra palavra a não ser "magia" para descrever o que ele fez em tão pouco tempo. O cara mantém aquela mesma equipe bisonha, com aqueles caras que ninguém mais aguenta ver, e consegue o milagre de extrair as poucas gotas de vinho (ainda que nacional) em meio a tanta água do Cocô-Beach. O cara é foda mesmo!

Mas esse é o futebol, esse é o meu (o nosso!) Botafogo. "Há coisas que só acontecem ao Botafogo...". Ainda bem que 'coisas' também podem ser boas.

É isso, jogamos com inteligência, determinação e eficácia, à la futebol inglês/alemão, e levamos o título com TODOS OS MÉRITOS! Talvez nunca tivemos tanto mérito. Não fui ao jogo contra o Flamengo, estava cansado, puto e determinado a cumprir a minha promessa de não perder meu tempo com asneiras. Vi pela TV e o que vi foi um filme ao contrário de 2007, se é que me entendem. Exceto pelos roubos que, é claro, nunca vão estar ao nosso favor.

Animado, fui comprar meu ingresso pra final, e o que vi foi um ambiente de absoluta certeza dos vascaínos, tão carentes de títulos, de que já estava tudo ganho. Fiquei 3 horas na fila em GS. Não foram quaisquer 3 horas, foram 3 horas debaixo de um sol de 40 graus. Tudo pelo Botafogo!

No sábado, andava ali pelo Largo dos Leões (pra quem não sabe, onde há pouco mais de 100 anos, numa reunião após uma troca de bilhetes durante uma aula de álgebra, surge o mote deste texto), perto de onde moro, um senhor já bastante idoso me aborda. Elegante, parecia sair do trabalho. Mal conseguia falar, tive que me esforçar para ouvir ele me perguntar se íamos ganhar amanhã. Eu imediatamente respondi: "claro! Não tenho dúvida! Agora então eu tenho certeza!". E ele: "pois saiba que eu torço por esse clube muito antes de seus pais nascerem e já vi de tudo, meu filho; vou confiar em você!". E me cumprimentou efusivamente. Não sei o que deu em mim mas aquele senhor me fez ter certeza que levaríamos a taça. Fosse em outras ocasiões, com meu peculiar pessimismo pé-atrás, teria dito: " Não sei, vamo ver...quem sabe".

Aí veio domingo. Vou tranquilo ao Maraca, certo de que daqui a algumas horas não teria mais voz. Me poupando, sozinho. Concentrado.O Maraca tava bonito, muito mais vasco, mas como sempre a torcida do fogão ganhando na garganta. E fui ao jogo com a camisa da Geral! E assim, com a camisa da Geral, tinha certeza que ia dar Botafogo. E deu.

E essa vitória veio no momento certo, agora o presidente não pode perder a chance de lançar um projeto de sócio torcedor decente e angariar um bom patrocinio para trazer um verdadeiro camisa 10 e mais reforços de verdade. Por que não me iludo, esse time é limitado e precisa ter mais volume de jogo se quiser almejar algo digno de ser almejado pelo Botafogo. Mas em matéria de dirigentes, eu não espero mais nada...

E o meu amigo João Bruno, alagoano de Maceió, que está fazendo mestrado aqui no RJ comigo, botafoguense como nós, estava em SSA no Carnaval. Recomendei que ele fosse na geral ver o jogo e deu certo. Virou amuleto, assim como a camisa da geral e o senhor do Largo dos Leões. E como o Caio, claro! rs.

É isso aí pessoal, é por essas que pra mim ser conduzido pela Estrela Solitária sempre será um imenso prazer!

Vamos que vamos, e da-lhe Fogão (de 6 bocas, alta eficiência no cozimento do bacalhau.rs.)!

Abraço a todos os amigos da Geral!

S.A.
Pedro Alijó
Rio de Janeiro-RJ

domingo, 17 de janeiro de 2010

AMAR O BOTAFOGO É...


Colegas de sofrimento.

Apesar de tudo o que acontece com meu BOTAFOGO; apesar dessa que considero a mais desastrada Diretoria de todos os tempos, continuo a amar nosso querido ex-Glorioso. Afinal, ninguém ama um clube de tantas tradições no passado apenas pela (DES)administração que ele tem.

De qualquer modo, penso que quem ama o nosso BOTAFOGO não é chegado a fazer contas, não obedece à razão; age, simplesmente, movido a paixão. O verdadeiro amor ao time da camisa mais bonita e do escudo mais bonito do mundo acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção de estrelas – malgrado apenas uma Solitária seja o suficiente para conduzir a todos nós rumo ao começo da perda da razão.

Engrosso a fila dos que pensam que “ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais” – como bem remarca o Arnaldo Jabor, numa das suas crônicas mais conhecidas.

Isso também ocorre com o nosso ex-Glorioso, BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS. Ou seja, ama-se o BOTAFOGO pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que a camisa lhe dá, ou pelo tormento que o time provoca.

Ama-se o BOTAFOGO pelo tom de voz quem vem estridente das arquibancadas, pela maneira que os olhos piscam quando o time entra em campo, pela fragilidade que se revela quando mais se espera da sua zaga, do seu meio-campo e do seu ataque, numa partida de futebol.

Amar o BOTAFOGO é, simplesmente, assim: A gente ama o clube porque é gostoso ser torcedor petulante. A gente ama e morre pelo BOTAFOGO pelos simples fato de ter escrito dúzias de cartas e posts para quem o (DES)administra e eles não respondem a nenhum dos reclamos; porque a gente sonhou com flores e o time nos deixou a seco.

O amor ao BOTAFOGO (qualquer que seja a forma utilizada para expressar tal sentimento – civilizada, com expressões de baixo calão, não importa), pode ser comparado àquela paixão cega do cara que ama a mulher que possui gostos completamente diferentes do dele: Ele gosta de rock e ela de chorinho; ele gosta de praia e ela tem alergia a Sol; ele abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio se combinam; um é Jesus, o outro é Genésio; um é festa na Barra Funda, o outro, calça furada na barra… Dá-se assim o amor de um botafoguense com o time ingrato, dirigido por uma Diretoria não menos ingrata, insensível, insôssa, sem pé, nem cabeça!

Em sendo assim (e o é), não pergunte-me o porquê de termos que aturar nossas diferenças. De um jeito ou de outro, o simples fato de sermos torcedores do BOTAFOGO já nos torna inteligentes. A que me interessa se quem posta aqui lê livros, revistas, jornais? Que diferença faz, se o colega leitor gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor? Quem foi que disse, afinal, que aqui , na “GERAL ALVINEGRA”, é espaço para medir graus de amor ao BOTAFOGO? Amar o BOTAFOGO é o quanto nos basta!

Se a Branca, a Julinha, a Lorena são bonitas, se seus cabelos vieram ao mundo para ser sacudidos num comercial de xampu e seus corpos tem (ou não) todas as curvas no lugar, tanto faz.

Para amar e expressar sentimentos ao meu, ao nosso BOTAFOGO, independe de emprego fixo, bom saldo no banco. Também tanto faz se o cara gosta de freqüentar estádios, se aprecia viajar, se prefere a TV ao invés de sentar o oritimbó no cimento duro da arquiba, se tem loucura
por computador e se seu fettucine ao pesto é imbatível… tanto faz.

O leitor, não pega no pé de ninguém e adora interagir no blog, ante a omissão da Diretoria do clube? Um outro torcedor gosta de dizer verdades, ainda que tais verdades pareçam, aos olhos de alguns, como “verdades cruas”? E daí? Então, o simples fato de ser botafoguense não lhe confere o direito de vir aqui, na GERAL ALVINEGRA, expressar suas opiniões, seus sentimentos?

Ah, o amor ao BOTAFOGO. Quem dera nosso amor ao time da Estrela Solitária não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu um pobre chato + você inteligente e metido a dono do blog = dois apaixonados.

Ocorre que essa equação não funciona assim.

Amar o BOTAFOGO não requer conhecimento prévio do time que temos, nem consulta ao vocabulário ortográfico da língua portuguesa. Amamos o ex-Glorioso justamente pelo que o BOTAFOGO tem de indefinível.

Torcedores “donos da verdade” existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons comentaristas e bons pais de família, tá assim, ó! – aqui na GERAL.

Mas ninguém consegue ser do jeito que queremos ser! Pensem nisso.

Nicanor Sena (Goiânia)


sábado, 9 de janeiro de 2010

UMA BOLA, PELO AMOR DE DEUS!

Colegas de sofrimento.

NATAL tem dessas coisas: faz a gente ficar meio bobo, sentir vontade de abraçar os amigos e, acreditem, até, fazer as pazes com aqueles por quem não sentimos qualquer afeição. E também: vontade de voltar a ser criança só para acreditar em Papai Noel e, com isso, fazer pedidos impossíveis, irrealizáveis!

E porque é NATAL, ante tantas coisas ruins que têm atormentado o dia-a-dia do pobre coitado torcedor botafoguense, de repente, vejo-me no espelho a fazer o meu pedido ao bom velhinho:

Meu pedido é simples, nada de complicado. Só quero ser feliz. Mas, desde já, adianto-lhe que a minha felicidade tem tudo a ver com o BOTAFOGO DE FUTEBOL E REGATAS. Então, lá vai:

Para o ano que se aproxima, só desejo que o Senhor dê ao BOTAFOGO uma BOLA. Não uma bolinha qualquer, murcha, sem graça como aquela em que meu ex-Glorioso teve e mostrou pra sua sofrida torcida neste 2009 que se exaure. Nada disso! A bola que você tem que trazer para o meu time deve ser um objeto que role, suba, desça, voe. Viaje pelo espaço e caia em pés hábeis; que gire, conduzida por chuteiras firmes e rápidas, calçadas em pés que entortem como nos velhos tempos; que sirva para apoiar-se em pernas de craques miraculosamente bailarinos; uma bola que deixe adversários para trás, que os evite, fuja, se furte do alcance de qualquer jogador de futebol que não esteja vestindo a camisa com as cores e o escudo mais bonito do mundo e que vá, inapelavelmente, irresistivelmente, alcançar a rede adversária.

Dê ao BOTAFOGO uma BOLA que ande e nos conduza ao sonho de gritar aquela palavrinha mágica: GOOOOOLLLLAAAÇO!. Pode até ser uma BOLA castigada, de couro vagabundo ou simplesmente feita de meia, tocada nos campinhos de várzea; poder também uma BOLA brilhante, cara, expressão de qualidade das marcas notórias, jogada por craques ricos e famosos – mas desde que nos leve ao sonha de ser CAMPEÃO! E de repetir, centenas de vezes, até perder a voz rouca: É CAMPEÃO, É CAMPEÃO!

Dê ao BOTAFOGO, por favor, uma esfera capaz de fazer com que os seus torcedores (dentre os quais me incluo) possam sentir o prazer de sonhar sonhos de uma vida melhor; capaz misturar e de confundir suas vidas com a do time que escolheram para amar; uma BOLA que opere o impossível atual: fazer deste time perdedor de 2009 um vencedor em 2010, para que a torcida mais inteligente e diferente do Brasil se multiplique ao ponto de o País ver-se encarnado, vestido de preto e branco, comemorando VITÓRIAS, com sorriso estampado no rosto.

Alienação? Decerto. Mas insubstituível como mote para a alegria represada diante da miséria, das dificuldades, da violência, da falta de trabalho....

Pode até ser uma BOLA produto acintosamente comercial. Não importa. Desde que seja eficaz para mostrar olhos marejados, braços se agitando, sorrisos escancarados que deixem para trás todas as censuras, lançando quase todo botafoguense numa dimensão onírica onde a vitória é certa e saborosa, é o quanto nos basta.

Uma BOLA, por Deus, imploro! Apenas uma BOLA que role, quique, gire, voe... Com ela, a BOLA, aquela BOLA, a rolar e a voar sonhos de milhões de botafoguenses. Não sonhos megalomaníacos de conquistas guerreiras. Apenas sonhos de VITÓRIAS no campo mágico de um ENGENHÃO CHEIO, onde o BOTAFOGO haverá de se destacar, na ginga, na malemolência, no jeitinho posto a serviço da felicidade coletiva.

Dê ao BOTAFOGO algo simples, simplório: uma BOLA que mobilize essa torcida de irmãos que brigam entre si; uma esfera de couro que una milhões, em casa, na rua, na praça, capaz de fazer o BFR volta a ser o time do seu povo: Gente sorrindo desdentada ou vestida de farrapos; gente que sofre, vibra, chora na iminência de derrotas; mas, gente que ganha cada jogada, faz cada gol, ergue cada taça, sentindo o gosto da vitória.

Para finalizar, Papai Noel, dê ao nosso ex-Glorioso uma BOLA capaz de SALVAR O BOTAFOGO ENQUANTO É TEMPO!

Nicanor Sena (Goiânia)